sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Que fim levou os ombudsmen na imprensa brasileira?

Erick Vizoki

Para quem não sabe, ombudsman é um termo de origem sueca que se refere a uma espécie de ouvidor, representante do povo. No Brasil, assim como nos EUA, o termo designa a função de um jornalista, dentro da redação de um jornal, que tem por finalidade defender o leitor, ouvir suas críticas ao veículo e até mesmo criticar o próprio jornal onde trabalha, apontando erros, falhas, matérias mal redigidas, fatos mal apurados, por exemplo.

O primeiro jornal a adotar esse critério e criar a função do ombudsman foi a Folha de S. Paulo, em 1989. E o primeiro a assumir essa função foi o jornalista Caio Túlio Costa. O atual ombudsman da Folha é José Henrique Mariante, o 14º jornalista a ocupar o cargo no veículo. Tempos depois outros jornais também criaram o cargo em suas redações. Atualmente, apenas dois grandes jornais ainda mantém a função: a própria Folha e O Povo, do Ceará, que criou a função em 1994. No jornal cearense, o ombudsman é a jornalista Juliana Matos Brito. No caso, então, seria uma ombudswoman, mas no Brasil só é usado o termo ombudsman, mesmo com a atual bobeira da “linguagem neutra”.

A pergunta que não quer calar é: será que a função do ombudsman ainda é legítima no Brasil? Porque a tarefa desse profissional é policiar o jornal onde trabalha e dar mais transparência aos leitores e zelar pela credibilidade do veículo. Esse profissional deveria ser o mais isento dos jornalistas dentro da equipe. Mas parece que essa prerrogativa foi posta de lado, pelo menos na Folha de S. Paulo.

Um dos maiores jornais do Brasil, tem surpreendido pela quantidade gritante de asneiras, narrativas e desinformação que tem publicado, e por sua militância política esquerdista. O mesmo ocorre com diversos outros veículos que estão tristes e insatisfeitos por não terem mais a gordura financeira provida por governos anteriores, principalmente na era petista. Mas cito a Folha por ter sido pioneira em contratar um ombudsman no País.

Como não sou assinante da Folha, não posso ter acesso ao seu conteúdo, apenas aos títulos de algumas matérias e artigos. Mas fico pensando como José Henrique Mariante deve fazer seu trabalho. Será que não se sente constrangido? Porque acho que a nobre função do ombudsman foi terrivelmente maculada pelo jornal da família Frias. Entrei na página do ombudsman da Folha e vi alguns títulos de alguns artigos. Ao clicar neles só dá pra ver, por alguns segundos, o lead dos textos. Mas um me chamou a atenção. O título é “Quanto custa o jornalismo?”, e o subtítulo é “Muito e vai ficar mais caro em 2022, quando a coisa promete ser violenta”

Deu pra ver de relance o primeiro parágrafo, que cita um relatório da ONG “Repórteres Sem Fronteiras”. Só para se ter uma ideia, essa ONG é formada por pessoas que estão mais para militantes de extrema esquerda do que jornalistas. Curiosamente, o RSF não faz nenhuma referência às perseguições do STF a jornalistas brasileiros e a páginas e sites de conteúdo conservador. Mas tem um ranking sobre liberdade de imprensa no mundo todo e, segundo eles, o Brasil está na 111ª posição, com uma pontuação de 36,25, que coloca a imprensa brasileira em “situação difícil”. Mas constantemente a ONG culpa o presidente Bolsonaro por essa “situação difícil” e não dá um pio sobre a perseguição a jornalistas como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. E o ombudsman da Folha usa essa turma como referência.

Enfim, o ombudsman da Folha poderia ser a boia salva-vidas do jornal e avaliar as discrepâncias vomitadas diariamente pela publicação. Mas acaba sendo um sentinela raivoso que envergonha duplamente sua profissão. Envergonha o jornalismo e envergonha os ombudsmen.

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Cinema

‘BOB CUSPE - NÓS NÃO GOSTAMOS DE GENTE’ (2021)

Erick Vizoki

Angeli, nascido Arnaldo Angeli Filho em 31 de agosto de 1956, é um dos maiores cartunistas brasileiros que se consagrou na década de 1980, apesar de iniciar sua carreira aos quatorze anos de idade. Publicou suas primeiras histórias na revista ‘Balão’, um fanzine que não teve muita repercussão.

Em 1973 foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e no início dos anos 1980 criou o personagem Bob Cuspe, inspirado no movimento punk de meados dos anos 1970.

Angeli foi muito importante para o mercado editorial de HQs nos anos 80, quando criou a revista ‘Chiclete com Banana’, que era o nome de sua tirinha de quadrinhos na Folha, e onde revelou personagens como Bob Cuspe, Rê Bordosa, Wood & Stock, Bibelô, entre vários outros.


A revista ‘Chiclete com Banana’ conseguiu uma proeza inédita no Brasil: conseguiu vender mais do que a revista norte-americana ‘Mad’, onde também foi colaborador. A ‘Mad’ era a revista de humor, quadrinhos e cartunismo mais conceituada entre os anos ’70 e ’80, mas a ‘Chiclete com Banana’ superou essas vendas e ainda abriu espaço para seus colegas Laerte, Glauco, Luiz Gê, entre outros, a publicarem seus trabalhos.

Ao lado do editor Toninho Mendes, criaram a Circo Editorial, lançaram as revistas ‘Circo’, ‘Geraldão’ (do Glauco) e ‘Piratas do Tietê’ (do Laerte) e abriu um “boom” no mercado de quadrinhos no Brasil, com o lançamento de vários títulos de luxo, como a revista ‘Animal’ e ‘Heavy Metal Brasil’.

Agora, o personagem Bob Cuspe ganha uma animação em stop motion, ‘Bob Cuspe – Nós não gostamos de gente’.

Ainda não assisti, mas as referências e críticas dizem que é algo entre ficção e um pouco de autobiografia do cartunista. Estou louco pra ver!

Sempre fui fã do Angeli, que tem um humor sarcástico, crítico, muitas vezes político, e com um traço ao mesmo tempo bastante original e sujo, uma espécie de Robert Crumb brasileiro.

Quando eu assistir essa animação, que estou ansioso para ver, posto aqui meus comentários!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A doutrinação ideológica de esquerda nas escolas

Quero apresentar a vocês um amigo que será um novo colaborador do Bloki! Conheçam Tiago Gonçalvis de Jesus!


A doutrinação ideológica de esquerda nas escolas

Por Tiago Jesus* 


A doutrinação ideológica de esquerda nas escolas é um fenômeno que vem ocorrendo há algum tempo, especialmente a partir do início dos anos 80.

Ela se dá na forma de que professores da área


de humanas (notadamente de história), vêm pra aula com a missão de doutrinar e de apontar a direção política (planfetagem) aos alunos.

Eu entendo a escola como um local de aprendizado teórico e que este tipo de atitude do professor (visto ele ser uma figura de autoridade), como antiético e reprovável, visto que estão formando militantes, não cidadãos.

Algumas pessoas vêm com o uso de eufemismos como "senso crítico", "formação  de cidadãos", quando na verdade não passa de ensinar uma interpretação e visão de mundo de esquerda.

Um grande crítico dessa atitude é o professor, escritor e filósofo Luiz Felipe Pondé. Ele afirma, dada sua vasta experiência em decência, que muitos alunos chegam a universidade já doutrinados, sendo muito difícil a inversão do mesmo.

Essa penetração da esquerda na cultura e educação vai permeando todo espectro da produção artística e cultural. Segundo ele, vai se refletir na propaganda, no jornalismo e noutros setores.

Alguns argumentam em favor do que se chama "escola sem partido"

Apesar do potencial de censura que isto pode ter, deve ficar a reflexão aqui: devemos permitir que nossos filhos e crianças recebam esse conteúdo esquerdista nas escolas e universidades?

 

* Tiago Gonçalvis de Jesus é de Piracicaba (SP), estuda história, política e relações internacionais com especialização em conflitos armados no século XX.

Instagram: tgjesus1984